quinta-feira, outubro 26, 2006

Sempre : .

Lembra-me o primeiro gesto que recebeste quando vieste ao mundo, sem contar com as palmadinhas que raio!

Lembra-me quantas vezes o quiseste receber de novo passados tantos anos, agora que cresceste.

Lembra-me se já pensaste pagar para receber um desses abraços simples, sem intensão mas que te seguram por segundos, quando quase queres partir, porque estás triste ou porque estás feliz, ou simplesmente, estás.

Lembro-me que o abraço que mais me comoveu recentemente foi o do meu cunhado, somos homens pá, e as lágrimas chegaram a verter. Ter um homem assim na familia é ter um tesouro debaixo da almofada, ter-te meu amigo e sentir num momento em que pensamos que nos afastamos, mesmo que seja por uns meses, e receber o teu abraço assim, é uma prova de que existimos porque pessoas como tu existem meu amigo.

Acreditem que é facil abrir os braços e abraçar a multidão, o bébé, a senhora, o pedinte, o carteiro, o ateleta, o... os... abraçar-te nem que seja por um milésimo segundo e ficará para sempre...

terça-feira, outubro 24, 2006

Não te apetece? VII : .

















Não te apetece pintar de azul o céu
e inventar a brisa ~
que chama por ti?

Não te apetece ser a nuvem
Que transporta a água
Que me molha o rosto
Que te tapa o sol
e me faz triste
num quadro de holandês
pintado em Pierrot face pura branca
vermelho carente
e brilho de lágrimas?

Não te apetece? VI : .






















Não te apetece pousar os remos do barco
que navegas e saltar num mergulho
que te leve ao encontro de uma ilha
onde possas guardar os nossos dias
no baú do amor e enterra-lo na areia marcada,
num mapa,
para as vindouras gerações
conquistarem tal tesouro,
tal e qual piratas
da primazia do amor?

Não te apetece? V : .

Não te apetece sorrir num espelho de agua e tocá-lo
com o dedo fazendo surgir a imagem
do amor que buscas por entre as ondas da vida?

Não te apetece acender archotes
e levantá-los na noite anunciando
ao teu cavalo alado aonde deve pousar
para te levar ao encontro do teu ser dual?

Não te apetece guardar o meu olhar
e a voz numa lata de ferrugem,

ou lavar os pincéis que nunca ousaste sujar?

Não te apetece prender-te a um fio
de linho e sentir o
conforto de uma manta feita especialmente
para mim?
Ou, cobrir-me de jornal e só
sentir as demências do mundo
que te repugnam e te coiçam, para o fundo?

terça-feira, outubro 17, 2006

Não te apetece? IV : .

Não te apetece recolher a noite
E guardar as estrelas num aquário de luz?

Não te apetece olhar o sol
Por entre os dedos cerrados e
Descobrir o teu rosto
Envolto em luz que cega o meu olhar?

Não te apetece confundires-me na multidão
e seguires-me acotovelando a azáfama em gesto de perdição?
Não te apetece ler em toda a parte
o meu nome e onde antes vias moinhos e montanhas
e agora ver a minha silhueta marcada
com a nitidez de um oásis
ou fogueira de prece
e busca de espíritos enfadonha
e destorcida mas carente
e piedosa
e apaixonante
e irresistível
e atenta
e delirante?
Não, não te apetece?

Não te apetece? III : .

Não te apetece parar um pouco
a tempestade
pensar, reflectir,
ler o livro que me escrevestes,
adormecer o futuro,
e deixar que o presente seja um porto dourado pela luz do sol,
para abarcar no maior dos devaneios,
não te apetece?
Não te apetece ser pena para escrever
lagrimas e solidão enjauladas por papiro,
em neblina,
perdidas em naufrágio no pensamento de Deus?

domingo, outubro 15, 2006

Não te apetece? II : .















Não te apetece prenderes-me
nos teus braços e sussurrar: - Não vás...
Ou: - Não voltes?

Não te apetece repetir
o que nunca me dissestes?


Não te apetece correr atrás de mim
num campo de malmequeres,
Como um gatinho atrás de sombras
em parede caiada?
Ou, fugir de mim como uma pena
na brisa do mar?

Não te apetece? : .

Não te apetece ter ou não ter?
Não te apetece decidir mesmo que errado?

Não te apetece bordar o som
com o meu nome e o teu?
Ou, apagar com nevoeiro a água
onde pintei dois corações unidos?

Não te apetece morrer ou viver por mim?

sexta-feira, outubro 13, 2006

O poder de sonhar : .




















Voa neste sonho que te envolve a alma.

quinta-feira, outubro 12, 2006

Bons sonhos : .

A palidez da lua
Acaricia-me a face esta noite
A solidão da terra apazigua-me o coração
Não sou o único a estar só

Espelho : .

Não te apetece?

Não te apetece bater em latas
A despertar toda a gente
para a magia que está a acontecer entre nós?
Ou, tapar todos os buracos
por onde surja o meu nome
que já não suportas ouvir?

sábado, outubro 07, 2006

Palavras ao vento : .

Vejo-te da minha janela
e penso se pudesse voar
tocar-te, embalar-te
como o vento que sentes na face
soltar-te palavras vazias de pressa
mas cheias de sentido
pregando-as ao ouvido
num ritmo destemido.

Digo ao vento que passa
leva estas palavras...
De graça que ela espera
e lavra o caminho
quero colher sorrisos na primavera.

É uma missão de guerreiro, eu sei
mas a guerra da vida a isto me habituou
por isso exijo a um Deus maior
imortalidade no que digo
e na escuridão da noite
uma luz no meu caminho à lua
podes ver assim que estou onde esperas
todas as noites que perdes
e ganhas todas as guerras.

Digo ao vento que passa
levas estas palavras bandidas
são roubadas do meu coração
mas medidas em doses
de tudo o que precisas
para viver assim
mais dias de felicidade.

Jogaram um dia a tua vida
numa roleta de esperança
mas cresceram demónios no teu quintal
numa tempestade chamada destino
e agora é tristeza que tu colhes
mas sei que lutas e mereces ganhar
todos os dias.
Acredito que vencerás
és por quem eu torço na frente
da bancada nessa tua vida magica de quem
sofre e vence.

Digo ao vento que passa
leva estas palavras...
De graça que ela espera
e lavra o caminho
quero colher sorrisos na primavera.

Manowar

Esta é uma das minhas bandas Heavy Metal preferidas...

Grandes baladas, grandes sons pesados, mas isto nunca esperava ouvir deles,

Surpreenderam-me como sempre.

Nessun Dorma, quem diria!

É lei : .

Hoje não quero voltar para casa
Não sei de onde vim
Eu nunca amei um objecto
Nunca fui dono de nada
Nunca persegui uma cruz abandonada
Sou um castelo de cartas
O meu as está no fundo
Se alguém mo roubar
nada acontece no mundo.

domingo, outubro 01, 2006

Matas-me com o teu olhar






















Noites frias de marfim
Noites frias ao luar
A conversa já no fim
Matas-me com o teu olhar.

Matas-me com o teu olhar
Matas-me com o teu olhar.

Sabes que esta vida corre
Como a sombra pelo chão
Nada fica, tudo foge
Ouve a voz do coração.

Matas-me com o teu olhar
Matas-me com o teu olhar.

São como cubos de gelo
Que eu sinto ao tocar
As palavras têm medo
Matas-me com o teu olhar.

UHF

Anjo Caído

















Um belo trabalho publicado no www.olhares.com

Implica-te : .

Viver implica abraçar o ar
tirar os pé do chão e mergulhar na multidão.
Implica ser maior todos os dias
tombar na cama com a sensação que aprendemos algo neste dia que passou.
Implica desatar um nó da garganta
sujar os colarinhos e vazar toda a energia a escrever um poema.