sábado, fevereiro 24, 2007

Com momento sem : .

Embora
os dias fossem sem
os rios fossem sem
as mães fossem sem
eu ia com.

Agora
acordo sem
vivo sem
durmo sem
corro sem
canto sem
morro com.

Suspenso
fumo com
arrumo o meu quarto e penso com
mudo o disco e como com
lei-o o teu livro e sonho com

percorro o caminho na estrada da montanha
páro o carro e pergunto com
a resposta é curta, esquesita, mal dita e com

sigo em frente na esperança ausente
e descrente de que o caminho é com
e eis que chego ao meu destino sem.

Parei
mudei o meu visual
mudei o meu traje
mudei a minha forma de pensar
gritei às mil almas que dormiam
junto da igreja na encosta
na rua da fonte
do café daquele senhor
que ri sem sabor
mas que todos adoram lá parar
sem pensar com...


sábado, fevereiro 03, 2007

Never Tear Us Apart . INXS



Não me perguntes
O que sabes é verdade
Não tenho que te contar
Eu amo o teu coração precioso
Eu
Eu estava parado
Tu estavas ali
Dois mundos colidiram
E eles nunca poderiam separar-nos

Nós poderíamos viver
Por um milhão de anos
Mas se eu te magoar
Farei vinho das tuas lágrimas
Eu disse-te
Que nós podemos
todos nós temos asas
Mas alguns de nós não sabem porquê
Eu
Eu estava parado
Tu estavas ali
Dois mundos colidiram
E eles nunca poderiam separar-nos


E eles nunca poderiam, mesmo, nos separar

When Your Heart Is Weak . Cock Robin

Poema caricato : .

Não foram pecados soltos
Mascarados devoltos
Enxovalhados e encorajados
Nem mantos brancos causados
Descuidos preparados em face
Rosada e pele esbranquiçada
Tatuada farda vivida.

Não foram fugas em conversas
Descansos de travessas
A fazer o meu perfil.

Não foi mais do que te ouvir
Em conselhos de sentir
Voz em funil
Rosto e anjo vil
Frases saberes e arranjos
Momentâneos e descalços
Sobressaltos saltos altos
Saltos baixos e descuidados
Receita de rebuçados
E doçura dominical
Alfazema de gargalho
E retornos de orvalho
Gesto coma em jornal
E sentidos adormecidos
De sonho desprendidos.

Não foi ir em cadeia
Frio, faina, gesto, ceia
Nem congressos e discretos
Segredos alfabetos
Regras tabelas e números
Aquiles Josés e Luíses
Infinitos de Homeros
Ou esfinges sem narizes.
Nem mergulhos pelicanos
Restos e noustros hermanos
Conquistas e falhanços
Tangos e balanços
Bolsas e cirurgias
Karmas e profecias
Não foi ir em rusticídio
Limite subsídio
Clausus e clausurados
Afias, canetas e sadias
Autos de trazer calados
Esqueletos mascarados
Chapins e churrascos
Escapados, descampados
E mais algo que recordar
Como é estar a olhar
Poema de gestos suaves
Vozes, pernas, catrapus
Interior que não abuse
Escola descarada
Roubo de quase nada
Prefixo ou invés
Gigante gatuno sem pés
Alto astral peculiar
Jarro de alguidar
Etecetra pois então!
Portagem de São João
Espelhos de ser bafejante
Abismo loucura desejo
Gorgulhar de elefante
Sol que vai sem ensejo
Outra coisa adiante

Como vais?

Beija-flor : .

Eu perco o controlo
se penso em ti
Eu perco o controlo
e descarrilo no teu colo
Quero estar assim
a ver-te sorrir
Desejar nunca mais partir
Algemar-me dentro de ti…

Eu perco a noção do tempo
que nós gastamos
Eu perco a noção do tempo
e do espaço,
inventamos,
senti-mos e tudo o que fazemos
é novidade
com um pó de saudade
e muito amor
como um propulsor
de sedução e muita asneira
tipo um beija flor
e uma flor sineira…

Memórias de um beijo

Lembras-me uma marcha de lisboa
Num desfile singular,
Quem disse
Que há horas e momentos p´ra se amar

Lembras-me uma enchente de maré
Com uma calma matinal
Quem foi
Quem disse
Que o mar dos olhos também sabe a sal

{as memórias são
Como livros escondidos no pó
As lembranças são
Os sorrisos que queremos rever, devagar}

Queria viver tudo numa noite
Sem perder a procurar
O tempo, ou o espaço
Que é indiferente p´ra poder sonhar

{as memórias são
Como livros escondidos no pó
As lembranças são
Os sorrisos que queremos rever, devagar}

Quem foi que provocou vontades
E atiçou as tempestades
E amarrou o barco ao cais
Quem foi, que matou o desejo
E arrancou o lábio ao beijo
E amainou os vendavais

Trovante