sexta-feira, março 21, 2008

Bom dia : .

Uma vontade enorme inspirada neste amanhecer, obriga-me a registar este momento como de poesia se tratasse.

Vejo na TV a Pipi das Meias Altas, não percebo os diálogos (alemão!), mas as cores, as fotografias, o elenco, os animais (o cavalo sarapintado), os cenários, os argumentos (apesar de ser em alemão), fascinam-me por se tratar de pequenas historias fascinantes para os pequenos observadores das coisas simples.

O canal é o ZDF, ainda pesco qualquer coisa do que se vai falando mas... Os miúdos, companheiros de aventura, são loiros e de olhos claros e a Pipi para quem não se lembra é a pequena ruivinha de tranças suspensas para os lados e sempre com roupa curta, verde alface, cheia de remendos e meias coloridas com pequenos elásticos que as prendem à cintura. Neste momento passeiam-se de balão assustando as pessoas da aldeia, também esta parecida sair de um filme de Tim Burton. Uma das companheiras de Pipi, transporta ao ombro o seu inseparável amigo macaquinho, do mais bonito que já vi, sobretudo com aquele fatinho maneirinho.

Em zapping é já a segunda vez que apanho esta serie da Pipi, magnificamente feita entre os anos 70 e 80, a nostalgia toca-me, como se fosse a neve que cai lá fora que deixa tudo em branco, e eu fosse o pinheiro que ficou esquecido plantado no jardim e agora se espanta porque esperava a primavera.

Contrastando, ouço "A Sagração da Primavera" de Igor Stravinski, depois de passar pelo blog Bitaites. A musica leva-me agora o olhar pela janela e reparo nos corvos que se perseguem pela neve, de facto, disputando este cenário único, aonde este ano, pela primeira vez, cai um nevão digno.

Afinal eu esperava a primavera, já estamos em Março (agora março, como no novo acordo ortográfico) mas aceito de coração aberto de ramos perplexos este momento belo e único.