quarta-feira, dezembro 16, 2009

Nós e os Milagres

Afinal todos podemos ser Deus e realizarmos milagres com as palavras e com mãos.

segunda-feira, novembro 23, 2009

Um elo genial : .

Este é um encontro entre dois orgulhos pessoais, o orgulho de ter o melhor jogador de sempre no mesmo país em que vivo e pela sua natureza, simplicidade e simpatia. Orgulho de ver tantas vezes este grande português, Pedro Pinto, que é considerado o melhor jornalista desportivo.

Este momento revela muito mais do que possamos perceber no imediato.

quinta-feira, junho 04, 2009

Matinal : .

O dia está calmo, as nuvens passeam calmas e por entre elas
O sol preguiçoso, desajeitado vai timido no seu passeio pela floresta branca
O tempo passa calmo,
Os meus colegas falam baixinho, e calmamente
A sensação de câmara lenta chega também às árvores que habitam o outro lado da rua
As folhas bailam calmas e dóceis e nascem outras dóceis
O dia sem fim.

Docile ou la magie qui entre dans mon être, et calme je me sens endormir…

PARA COMEçAR BEM O DIA ... NOISETTES

dESABAFO : mARCELO d2

terça-feira, maio 12, 2009

Paulo Coelho

"Quem tentar possuir uma flor, verá sua beleza murchando. Mas quem apenas olhar uma flor num campo, permanecerá para sempre com ela. Você nunca será minha e por isso terei você para sempre"

sexta-feira, maio 08, 2009

quinta-feira, maio 07, 2009

A tecnica : .

E vejo-te a perdoar a raiva como quem desenha um campo na primavera
E vejo o verde esperança, a liberdade na expressão das borboletas. O amarelo afinal fica bem nesta tela e o encarnado dá-lhe paixão
As cores são detalhe.
De olho apontado
Um pouco distante
Vejo-te firme ainda a lavar os pincéis quando nada deixastes ao acaso
E sinto pena não ter sido eu afinal a pintar
Tenho mãos, tenho ideias, tenho até a formação e a técnica
E nessa técnica perdi-me
Tenho de ser técnico
Como no sentimento
Prever a ferida como projectar uma obra de arte.
Afinal a vida deu-me a técnica
Afinal a técnica fez de mim impenetrável
Mesmo quando me julgas palhaço carente
Adolescente
Impotente
Incoerente
Astuto ou adivinho
E lá estão traço a traço as tabelas técnicas
Aonde os integrais são reis
Os ases são aços e a oxidação é a alma
Que me leva até a linha
Projectada no infinito com incógnitas…

segunda-feira, abril 06, 2009

Uma boa semana começa assim : shane macgowan & nick cave - what a wonderful world

Eu vejo as árvores verdes,

rosas vermelhas, também

Vejo-as florescer para nós dois

E penso para comigo... que mundo maravilhoso

Vejo os céus azuis e as nuvens tão brancas

O brilho abençoado do dia,

e a escuridão sagrada da noite

E penso para comigo... que mundo maravilhoso

As cores do arco-íris, tão bonitas no céu

Estão também nos rostos das pessoas que se vão

Vejo amigos apertando as mãos, dizendo: "como estás?"

Eles realmente dizem: "gosto de ti pá!"

Eu ouço bebés a chorar, eu vejo-os crescer

Eles vão aprender muito mais doque eu jamais saberei

E penso para comigo... que mundo maravilhoso,

E penso para comigo... que mundo maravilhoso

quinta-feira, fevereiro 26, 2009

Querer vs poder

"Querer não é poder.
Quem pôde, quis antes de poder só depois de poder.
Quem quer nunca há-de poder, porque se perde em querer."
Fernando Pessoa

"Os homens pensam que possuem uma mente,
mas é a mente que os possui.
Há pessoas que amam o poder,
e outras que têm o poder de amar"
Bob Marley
"A renúncia é a libertação. Não querer é poder."
Fernando Pessoa
"É comum perder-se o bom por querer o melhor."
W. Shakespear
"Onde o amor impera, não há desejo de poder; e onde o poder predomina, há falta de amor. Um é a sombra do outro."
Carl Jung
"Querer vencer significa já ter percorrido metade do caminho."
Paderewsky
REGRA DE VIDA
"Um guerreiro não desiste do que ama. Ele tem amor no que faz."

quarta-feira, fevereiro 11, 2009

Ainda sobre Aguardela e cais da matinha :





"O olhar dele parecia muitas vezes irromper de um naufragio, pronto a de novo enfrentar as vagas, num veleiro à bolina, e o veleiro era o palco onde fazia o peito aos ventos e nos contava a vida de marinheiro, como se procurá-se connosco a ilha escondida.

Quando chegou a noticia de que ele fora apanhado pela ostra gigante, sentimo-nos sitiados no cais, aonde só o sonho fica, só ele pode ficar.
É como se Aguardela e Corto Maltese, estivessem sentados no convés do veleiro Chic, cujas as viagens pela rota de Vieira ..."

para ouvir in Cais da Matinha . TSF . Fernando Alves e Alexandrina Guerreiro

Não resisti a partilhar...

quarta-feira, fevereiro 04, 2009

e se calhar o desporto é tão simplesmente isto...

[
São jogadores como Mantorras que elevam o futebol acima de qualquer mera atividade desportiva. Comparável a uma entrada de Mantorras na relva da Luz, quando o Benfica teima em não marcar, só os últimos metros do pique da águia "Vitória" sobre a carne crua. Bruá tribal que arrepia e motiva. "Vitória" abate-se sobre a presa; Mantorras caça como felino velho, cheio de manhas.

Inesquecível aquele momento em que a bola sobe na área e escolhe descer para um espaço que Mantorras conquistou e guarda por instinto. Aquele remate simples, lapidar, que contorna o guarda-redes e se cola à rede como um ponto final. Enlevo de magia.

Mantorras coxeia. Mantorras passou ao lado de uma grande carreira. Mas não passa ao lado de grandes momentos. Depois das lesões, operações e más recuperações, a continuidade de Mantorras no Benfica é uma teimosia de Luís Filipe Vieira.

Todo ele, Mantorras, é uma teimosia, é poesia, que insiste em correr e rematar para desmentir as leis do físico, por conhecer de cor, em sublimes lampejos, as da física.

O resto é sorte. A sorte de estar no sítio certo. Que exige muito sacrifício e trabalho.

Para poder correr, Mantorras precisa de sofrer e trabalhar muito mais do que qualquer colega. Só com muito esforço de musculação no ginásio aquele joelho massacrado deixa mudar de velocidade e suporta o peso numa viragem ou drible.

Mantorras é já mais uma lenda africana. E depois do último jogo parece também imprescindível nos convocados de Quique, caso este aspire a ser campeão.

Claro que nem sempre Mantorras fará milagres, mas com ele no banco o Benfica regressa a uma dimensão mística que o entra e sai de jogadores tem arredado há muito.
]
Autor: OCTÁVIO RIBEIRO Data: Terça-Feira, 3 Fevereiro de 2009 - 9:00
Record online

CRÓNICA DAS PALAVRAS : Baptista-Bastos

Escritor e jornalista - b.bastos@netcabo.pt

[ Há muito se perdeu a noção de que as palavras têm honra. Políticos servem-se delas para mentir, ocultar, dissimular a verdade dos factos e as evidências da realidade. Mas também escritores e jornalistas as debilitam e as entregam às suas pessoais negligências. Não é, somente, uma questão de gramática e de estilo; mas é, também, uma questão de gramática e de estilo. Há escritores e jornalistas que o não são à força de o querer ser. A confusão instalou-se, com a cumplicidade leviana de uma crítica pedânea e de um noticiário predisposto a perdoar a mediocridade e a fraude.

As palavras possuem cores secretas, odores subtis, densidades ignoradas. O discurso político conduz-nos ao nojo da frase. Pessoalmente, tento limpar o reiterado registo da aldrabice e da ignorância com a releitura dos nossos clássicos. Recomendo o paliativo. Eis-me às voltas com as Viagens na Minha Terra. Garrett não era, propriamente, uma flor imaculada. Mas foi um mestre inigualável na arte da escrita. Lembro-o porque, a seguir, revisitei o terceiro volume de As Farpas, onde Ramalho reproduz uma conversa com Herculano. O historiador retratou assim o seu companheiro das lutas liberais: "Por cem ou 200 moedas, num dia de apuro, o Garrett seria capaz de todas as porcarias que quiserem, menos de pôr num papel, a troco de todo o ouro do mundo, uma linha mal escrita.

"Desaprendeu-se (se é que, vez alguma, foi seriamente aprendido) o vocabulário da língua. Lê-se o por aí publicado e a pobreza lexical chega a ser confrangedora. Não se trata de simplicidade; antes, desconhecimento, incultura, ausência de estudo. "Foge de palavras velhas; mas não receies o uso de palavras antigas." Recomendava Garrett. Palavras velhas, travestidas de "modernidade", são, por exemplo: expectável, incontornável, enfatizar, implementar, recorrente, elencar, factível, plafonamento, exequível, checar, fracturante, imperdível, abrangente, atempadamente, alavancar, empolamento - e há mais.

Reconheço o meu verdete por certas palavras e expressões. Não é embirração de caturra, nem rabugice de um recta-pronúncia. Será o gosto da palavra, a alegria de com elas trabalhar há longuíssimos anos, a circunstância de ser um leitor com fôlego, o facto de ter tido professores como o gramático e linguista Emílio Menezes, goês paciente, sábio e afável; e de haver frequentado alguns dos maiores escritores do século passado, para os quais o acto de escrever representava moral em acção.
Lembro, com emoção e orgulho, Aquilino, José Gomes Ferreira, Miguéis, Sena, Mário Dionísio, Carlos de Oliveira, Manuel da Fonseca, Abelaira.

Esta crónica foi, também, um pretexto para os lembrar. ]

Publicado no DN on line

segunda-feira, fevereiro 02, 2009

Mon pote : .

Parabéns meu puto, meu heroi, meu orgulho.
Sabes "mon pote" és um gajo porreiro, um puto maravilhoso,
e contigo aprendi muito. Enquando ias crescendo, eu podia testemunhar a pessoa que aos poucos te ias tornando, e aos poucos te vais tornando. Aprendi contigo a sentir e dizer, sem meninice, com meninice, mas a dizer o que a alma tenta expulsar e a maturidade tenta fechar a 7 chaves. Aprendi e aprendo, contigo, afinal, o que são saudades, o que é ser humilde, o que é ser forte, ser amigo, ser inteligente, ser adulto e ainda quase não cresceste, mas tanto me vais ensinando, qual mestre, tão jovem.

Mon pote, obrigado por teres vindo ao mundo e seres um sol na minha vida. Obrigado por me teres calhado como mestre, sobrinho,
mon pote...

quarta-feira, janeiro 21, 2009

TIM : Desencontro

Jograis e trovadores

vagabundos de todos os tempos

vocês são os meus parentes

vocês são os meus iguais

não me peçam construções

nem actos úteis, de momento

eu sou um adolescente

e nunca serei adulto

não me peçam sobriedade

nem gestos medidos, cinzentos

eu sou um arlequim

e só me visto de encarnado

como as flores sobre a terra

como as aves, no ceu

eu sou um adolescente

e nunca serei adulto

não me peçam palavra certa

nem honra, para quê ter ilusoes?

nem santo, nem heroi, nem mestre

eu sou um poeta

e só posso dar canções...

segunda-feira, janeiro 19, 2009

1969-2009 João Aguardela

Sou anónimo e tão somente isso,

mas fui de megafone, afiando a naifa navegando de porto em porto como um qualquer marinheiro. Não quis ficar como os sitiados que se descançam na cabana do pai tomás.

Imaginar quantos pulos dei, quantos abraços partilhei, quando essa vida de marinho sonava a abrir, e quantas vezes aumentei o som quando essa filha de duas mães cantada chocoboca, ou outro parvo estava no meu lugar.

Marcou, e agora outro parvo vai mesmo no seu lugar, porque a obra fica e bem e com ele o autor ...

Coisas simples : . cotovelo no joelho, ceu cinzento no horizonte e afinal a temperatura começa a subir : . porque me apeteceu . : ritmo e humor

As coisas simples, por onde estejam
São os desejos que eu procuro entender e tornar-me maior
A verdade é aquele paradigma que me ocupa o tempo
e o frenético desejo de realizar algo novo,
Mas, acredito que nada mais novo exista
Apenas a transformação
Daquilo que o mundo tem à nossa disposição
Mas agora tombo sobre os verdes campos, e delicio-me com o vento a soprar de levezinho
Algo mais poderoso me deixa ir fluido naquela brisa que acabou de passar
E parto assim sem rumo, de encontro marcado, não sei,
Sem destino, eu sei
Algo nunca visto, algo nunca tentado, por mim
Isto pode ser o sempre ou o nunca
Ser: alguém em algum espaço
Ou ninguém em todo o lado,
Entre as linhas da vida sou uma tragédia,
Sem olhar, sem desgraça para declarar
Mas com motivos para morrer,
Os sentimentos são assim como um irmão que nos dá o braço no precipício, e tenta mas não consegue segurar, é este apenas mais um motivo, um caminho se quiseres, para deixar ir.
O ar cá dentro despega-se da caixa como se fosse de repente fechar para sempre a loja dos sonhos, os desejos que nunca foram vendidos
Em saldos, agora, nestes segundos que restam, mas
Um caminho é um caminho
E um caminho não tem fim….

Apeteceu-me : Pet Shop Boys - Domino Dancing