quinta-feira, maio 07, 2009

A tecnica : .

E vejo-te a perdoar a raiva como quem desenha um campo na primavera
E vejo o verde esperança, a liberdade na expressão das borboletas. O amarelo afinal fica bem nesta tela e o encarnado dá-lhe paixão
As cores são detalhe.
De olho apontado
Um pouco distante
Vejo-te firme ainda a lavar os pincéis quando nada deixastes ao acaso
E sinto pena não ter sido eu afinal a pintar
Tenho mãos, tenho ideias, tenho até a formação e a técnica
E nessa técnica perdi-me
Tenho de ser técnico
Como no sentimento
Prever a ferida como projectar uma obra de arte.
Afinal a vida deu-me a técnica
Afinal a técnica fez de mim impenetrável
Mesmo quando me julgas palhaço carente
Adolescente
Impotente
Incoerente
Astuto ou adivinho
E lá estão traço a traço as tabelas técnicas
Aonde os integrais são reis
Os ases são aços e a oxidação é a alma
Que me leva até a linha
Projectada no infinito com incógnitas…

1 comentário:

Anónimo disse...

Sem dar sentido ás palavras e numa primeira leitura diria que estava na presença de algo frio, mas toda esta arquitectura não é de betão e aço, e se o fosse seria permeavel,flexivel, porque o chão oscila, as duvidas existem, ninguém é impenetravel. A técnica está na segurança da construção, nos alicerces, reportados em sentimentos de um ser com uma beleza interior peculiar de generosidade e amizade.

bjs
tsr