domingo, dezembro 17, 2006

Voltas : .

Era um som que me levava
a ver o mar e pintar
de olhos fechados o teu rosto

a alcançar o infinito horizonte.

Achei que pensarias

que nessa altura também
eu estaria a ouvir

uma música de Tchaikovsky.

O mar batia nas rochas,

o sol batia nas pedras molhadas
e o teu rosto iluminava-se.

Eu fotografei-te assim.

Ainda molhavas os pés
na natureza daquela passagem.

Guardava uma frase

para que voltasses
e me olhasses
sem que te apercebesses
que eu te soprava ao pescoço
num carinho sem pouse definida
num estalo de coragem
versus emoção
versus paixão
versus mundo sem tempo.

No arrepio do momento

dancei com os olhos
sobre o teu cabelo,
segurei eternamente o perfume
do teu sabonete
e cuidei
do meu sorriso
para te receber melhor.

As marcas dos teus pés

permanecem na areia
sempre que desejo,
agora sem me aperceber,
ver-te caminhar,
num nascer da noite eterna aliada ao meu sonho...

1 comentário:

Anónimo disse...

São frescas as imagens das letras
e das palavras que rasgam
linhas brancas de tinta preta,
São frescas as imagens que brotam dos pontos
e dos sinais que apontam
caminhos da direita à esquerda,
São frescas as imagens de todos os tempos
e verbos que se recriam
escrevendo o que se sente com o sentimento,
São frescas as imagens do poeta
que no verso solto mostra a vida,
a vida de uma vida
num poema.

puno poljubaca